terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O MELHOR DO «JORNAL DOS ARCOS» [I]

Por favor, não gostes de mim!


Pero eu dixe, mia senhor,

Que non atendia per ren

De vós bem, pólo grand’amor

Que vos sempr’ouvi al m’end’aven:

U vej’est’ar cuido no al,

Perque sempr’ouvi por vis mal

Per esso me fezestes bem.

Sempre levar assaz d’afan

por vós, mia senhor, e por én,

pois outro bem de vós de pran

non ouve, senhor, a meu sén,

sequer por quanto vos servi,

daqueste cuid’eu de min

que me tolhades vós én

Nada, senhor, mentr’eu viver;

e se vus conveer d’alguen

dissesse com’eu já perder

tal bem non posso que me vén

de vós, terredes, [eu] bem sei,

que non devia, poilo ei

per vós, a teel’en desden.


Afonso Sanches




Este texto de Afonso Sanches é uma “cantiga de amor”, um dos géneros cultivados pelos trovadores medievais. Neste tipo de cantigas, podemos ouvir, habitualmente, uma voz masculina a versar, em vários tons, o amor que sente por uma mulher.

No texto citado, o poeta dirige-se à própria amada, designada, no v. 1, por “mia senhor”, ou seja, “minha senhora”. Os ouvidos menos habituados à linguagem dos trovadores poderão estranhar que uma mulher seja “senhor”, mas a palavra em causa, herdada da terminologia feudal, era, então, uniforme.

O poeta diz que não espera “ben” da senhora (vv.2-3). Este termo designa, muitas vezes, no género vertente, algo que a senhora deverá conceder ao trovador que se coloca ao seu serviço. A partir daqui, o poeta vai jogar com vários significados da palavra, revelando uma mestria que dificulta a compreensão do texto. Assim, afirma que sempre sofreu por causa da senhora (v. 6) e que, por isso, ela sempre lhe trouxe felicidade (v. 7). Confuso? Claro!

O resto do texto continua a desenvolver esta ideia, com o poeta a pedir à senhora que não o prive do sofrimento. Como pode a infelicidade ser positiva? Pelo facto de ter como causa a amada. Deste modo, tudo o que derive de uma tal mulher será sempre bom, mesmo que seja mau. Ou ainda: mesmo que a senhora só lhe dê desprezo, estará a dar-lhe alguma coisa, o que já não é mau.


Fernando Nabais

(Texto Publicado em JANEIRO DE 2006,

in «Jornal dos Arcos», N.º 1, pág. 8.)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

AOS LEITORES [III]

Os Objectivos do Nosso Jornal



· Promover a imagem da Escola junto do meio envolvente.

· Estimular a criatividade discente.

· Iniciar os alunos nas técnicas de redacção jornalística.

· Contribuir para o debate interno de ideias.

· Divulgar as actividades e iniciativas escolares.

· Cultivar o gosto pela escrita e pela leitura.

· Reforçar o sentido de pertença à comunidade educativa.

· Fomentar o uso das novas tecnologias de informação e comunicação.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

AOS LEITORES [II]

A ideia de incluir um tema de capa em cada número do «Jornal dos Arcos» resultou da necessidade de lhe dar uma unidade orgânica susceptível de o tornar mais atractivo e útil para o leitor, cumprindo deste modo um objectivo central: promover o debate interno de ideias. Com efeito, o jornal, na sua qualidade de instrumento cívico, deve estimular a discussão de assuntos relevantes para a comunidade escolar e para a promoção de relações entre a escola e o meio envolvente.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

AOS LEITORES [I]

O «Jornal dos Arcos» pretende ser, em primeiro lugar, um jornal dos alunos e para os alunos. Daí que tudo o que lhe diga substancialmente respeito não possa deixar de ter a marca da criatividade discente. Assim aconteceu, por exemplo, com a escolha do título do jornal e com a definição do grafismo do seu cabeçalho. Em segundo lugar, ninguém ignora a importância de um jornal para a concretização do projecto educativo de uma escola, em especial, do ensino secundário. A isto acrescenta-se o facto de ele ser indispensável para tornar visível o trabalho escolar junto do meio envolvente. Não se trata aqui naturalmente de propaganda, no mau sentido do termo, mas de um desígnio que almeja, em última instância, dar a conhecer o melhor de todos nós: alunos, professores e demais agentes da comunidade educativa.